A morte é a única certeza de nossas vidas. Essa certeza vem da constatação da finitude da vida. 6z2g64
Em nossa cultura Ocidental, a idéia de morte vem acompanhada de um grande pesar, medos e angústias, que, muitas vezes, nos dificultam encará-la como um processo natural da condição humana.
Por que nos sentimos tão ameaçados frente à morte de um ente querido?
Quando perdemos uma pessoa querida, além da angústia e tristeza que a saudade nos impõe, também nos sentimos ameaçados frente à sua morte. Esta nos aproxima da nossa própria condição humana e do fato de que a morte também nos permeia, e fatalmente nos atingirá um dia. Isso nos torna ainda mais vulneráveis, em um momento que já é tão difícil.
O que é o Luto?
Para Freud (1916) “luto é a reação à perda de um ente querido, à perda de alguma abstração que ocupou o lugar de um ente querido, como o país, a liberdade, o ideal de alguém e assim por diante”.
Aqui, vamos nos ater à perda de um ente querido. É importante ressaltar que o luto é um processo que se inicia com a perda propriamente dita e se desenrola até o período de sua elaboração – quando o indivíduo enlutado volta-se, novamente, ao mundo externo.
Para a Psicanálise, desde que o luto seja superado, ele não é considerado uma condição patológica, mesmo que traga consigo grandes mudanças no estilo de vida de quem o vivencia, tal como a perda de interesse por atividades do cotidiano e pelo convívio social.
Como identificar o processo de enlutamento?
Cada indivíduo reage ao luto de forma distinta, variando de acordo com sua estrutura emocional, suas vivências e sua capacidade para lidar com perdas.
É fundamental que esse processo de enlutamento seja vivenciado até que ele seja superado, para que a dor da perda não fique reprimida e se manifeste posteriormente como algum outro sintoma. Esse é um processo lento e sua melhora gradual, com período de duração variável para cada pessoa.
O processo de enlutamento é, normalmente, vivenciado através de um ou mais sintomas abaixo:
Como superar o Luto?
A superação do luto se inicia quando o enlutado a a construir um novo tipo de vínculo com a pessoa morta, fazendo com que a relação seja preservada em outro patamar, ou seja, quando o indivíduo falecido é internalizado, continuando, assim, a viver no mundo interno do enlutado.
O sofrimento começa, então, a diminuir e ele torna a resgatar laços sociais, retomando vínculos antigos e construindo novas relações.
Podem ocorrer recaídas, principalmente em datas que lembrem o indivíduo falecido, como aniversários de nascimento ou de morte, porém o apoio e a compreensão, tanto dos amigos quanto dos familiares, ajudarão a fazer do processo de enlutamento algo mais ável.
Com o tempo, o enlutado volta a se inserir no mundo externo de modo pleno e, normalmente, com sua capacidade de ar perdas aumentada, amadurecida.
Fernanda A. Linhares Guimarães
Psicóloga CRP: 06/90599
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Fonte: Brasil Escola - /psicologia/luto-como-processo-natural-condicao-humana.htm